quinta-feira, 14 de maio de 2009

objeto.

Sabia que precisava fazer algo, mas não conseguia pensar. Caminhou pelos corredores da faculdade até que avistou uma grande porta, dando para um estacionamento aberto e algumas caçambas de lixo. Não sabia o que devia fazer, só que tinha muita beleza nos entulhos sob o sol.

A luz do meio-dia quase a cegando brilhava sobre uma lixeira em particular, carregada de pedaços de madeira e móveis destroçados.
Não se conteve, caminhou um pouco mais, curiosidade e uma sensação de estar acolhida, algo que lhe lembrava um lar. Parada, diante dos despedaços da sua universidade, viu uma mesinha, atarracada e de uma extrema simpatia quase rindo.
Hesitou por pura coerção social. Queria se jogar e abraçar a pequena mesa, sem defeitos aos seus olhos.

- Boa tarde! Quer ajuda? - uma voz estranha interrompia um raro momento de intimidade.
- Ah! Boa tarde.
- Quer que eu pegue alguma coisa pra você daí? - o guarda solicito.
- Ah, er, quero sim. Essa mesinha.
-Deixa eu ver...É, eles jogam umas coisas fora muito boas pra vocês, né? hahaha.
Sabia que os outros alunos costumavam pegar coisas no lixo para levar até o ateliê, a surpresa irracional.
E ele pegou a mesa, ofereceu levá-la até o ateliê.
Agradeceu, o pequeno objeto agora sem valor a seguindo rumo a um novo dia sem nada de especial.

por A.Aurea

2 comentários:

F. M. Robusti disse...

bonito :)

A.Aurea disse...

obrigada.
incentivo é ótimo no meu caso.
haha