domingo, 18 de janeiro de 2009

Escolhas...

Depois de começar a escrever uns cinco a seis parágrafos diferentes e apaga-los, resolvi começar com a reclamação de que escolher algo tão simples é difícil pra cassete. Começa a ficar doentio quando se para para pensar que cada escolha que façamos, como um simples 'sim' ou 'não', ir andando ou de ônibus, chegar atrasado ou antes da hora, qualquer coisa que façamos escolhas, pode influir pela vida inteira.

De manhã, balbuciar mesmo que seja sem vontade ou puramente mecânico, pode trazer-lhe uma boa amizade, ou quem sabe futuros favores. Sair com cara de puto, ou como um capitão dizia, "cara de quem come cú" pode ser uma ótima defesa contra qualquer lixo ambulante mal intencionado.

Quando paro para pensar em algumas escolhas que fiz, vejo que por mais simples que tenham sido, elas desencadearam um efeito na vida de alheios, ou até mesmo apenas na minha, mas por um certo tempo. Falarei de alguns exemplos.

"Minha irmã, até a um certo tempo atrás pelo menos, dançava Jazz, um estilo de ballet só que mais contemporâneo a vista de um inculto nas artes que sou. Bem, tinha uma apresentação dela num final de ano, não estava com muita vontade de ir, mas mesmo assim fui, para agradar minha irmã mais velha, sabe, aquele sentimento de bom menino de final de ano, ainda mais que estava muito próximo ao aniversário dela, não queria fazer uma desfeita.
Sabe, apresentação desses espetáculos normalmente são de certa forma o mesmo público, amigos dos participantes, familiares ou curiosos, acho que naquele dia eu era os dois últimos, embora muito mais para curioso, procurando algo que fosse me tranquilizar e desviar meus pensamentos e rotina estressante.
Mas algo estava meio diferente, distoante de todas aquelas cores em movimento, algo chamou minha atenção, algo que me fez 'parar para ver o show', quando me dei conta, de que um sorriso no palco, realmente me fez esquecer o que qualquer coisa possa estar passando pela minha cabeça. O que acontece que mais do que ficar curioso de quem carregava aquele sorriso eu tinha de conhecer o complemento, essa foi minha escolha e ação...até hoje converso com aquele sorriso..."

"Na vida de todo homem brasileiro que esteja em dias com suas obrigações e deveres de cidadão (porque direitos tem poucos), uma hora ele terá de falar um 'sim', ou um 'não' que pode incorrer a apenas um alívio de ter escapado de uma suposta 'furada', ou em um ano de rotinas que as mesmas podem ser a 'melhor' ou umas das 'piores' coisas que podem ocorrer na vida de cada um, depende apenas de como o espírito de cada um acolher o militarismo.
Até hoje, falo que servi por um ano por que eu quiz, mas a verdade é que quando me deram a última chance de desistir de ficar lá, eu simplesmente não escolhi, fiquei com a idéia do 'tanto faz'. A questão é que quando não se faz nada, acaba que não escolher também é uma escolha.
O um ano que passei por causa de uma escolha, feita ou não, reflete até hoje no meu carater pessoal e vejo que de certa forma irá me influenciar até o fim da minha vida. Quando lá dentro eu estava, aprendi muito mais do que ordem, militarismo, manusear armas ou ser um 'pau-mandado'. Coisas muito mais profundas como o limite, a determinação e a vontade, a chama 'moral' tão mencionada no meio militar. Uma escolha que não me arrependo..."

Mas eu me arrependi de alguma!? Mesmo que me arrependa, não há volta, afinal, "O perdão não desfaz o feito".

Quando estiver com mais tempo para sentar em frente ao computador para divagar sobre minhas escolhas posso falar de outros exemplos...mas a verdade é que provavelmente falarei de alguma outra coisa.

Pense em todas as suas escolhas, ou mesmo a falta delas, serão para a vida toda.

por Arkario

3 comentários:

A.Aurea disse...

" O homem está condenado a ser livre".
as cadeias da liberdade pesam.

Mad disse...

E o famoso efeito borboleta!

Unknown disse...

"Choice. The problem is choice."
―Neo