quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Bist du Verrückt?

    - Tschüss!

            - Bis bald!

            Terminava mais uma aula e ele foi até a secretaria para pagar uma prova de segunda chamada. Tudo muito corriqueiro. A secretária pediu licença, ia trocar o dinheiro na lanchonete e ele ficou ali sozinho, com o recibo na mão e pensando sobre a aula do dia, matéria difícil, mas de repente seus pensamentos o abandonam de forma abrupta e até cruel, sua mente se esvaziou por completo, abrindo espaço para aquilo.

            Longo cabelo preto, assim como seus olhos, e bem lisos no meio das costas. Muito branca, seios agressivamente fartos e pernas à mostra – trajava um belo vestido verde decotado, mas não muito curto, “na medida certa”, ele pensou. Sentiu as pernas tremerem, as mãos suarem e no meio desse carnaval de sensações a secretária apareceu com o troco. Pegou-o com as mãos meio incertas do que estavam fazendo e com o canto do olho viu que a moça de verde tinha parado à porta do curso para conversar com uma professora. Ele ainda trocou algumas palavras aleatórias sobre amenidades com a secretária, mas elas saíam deliberadamente da sua boca porque a mente – e o rabo dos olhos – buscavam incessantemente pela moça de verde.

            Se despediu da secretária e respirou fundo. – “Se eu desmaiar, chamem a ambulância” – deixou escapar em voz alta. Rumou à porta, tocou seu amuleto e foi em frente.

            - Com licença, boa tarde – aqui um belo sorriso, misto de nervosismo épico com uma tentativa vã de não parecer um louco aleatório.

            - Boa tarde... – ela tinha uma voz viva, encantadora. Ele continuou sorrindo.

            - Pode me passar seu número de celular? – e sua tentativa de se mostrar são foi a zero.

            - Oi?!

            - É, seu número. – agora a face cínica mostrava algo como se isso fosse totalmente normal.

            - Porque eu te daria isso?? Nem te conheço!

            - Pois então. – ele respirou fundo e sentiu que seu diafragma sairia voando pelo nariz – Pois então, eu pensei em te pedir em namoro agora, mas poxa, nem eu aceitaria em namoro uma moça descabelada e aleatória com cara de maluca sem nem conhecê-la! Certamente um cinema, um sorvete ou quem sabe um passeio pela Lagoa Rodrigo de Freitas faria alguma diferença em algum tipo de avaliação. – ele disse tudo de uma vez só.

            - ... – silêncio acompanhado por uma feição meio incrédula meio com medo.

            - Começa com nove?

 

 

            Não, não aconteceu assim, pelo contrário. Mas ah... er wollte mut haben...

Um comentário:

Bailarina Verbal disse...

oaiuhaoiahoiuahoaus

Fiquei curiosa por um complemento...
hahahahahahaah